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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

No dizer de Millôr Fernandes, “Palíndromo é uma arte neurótica e maravilhosa capaz de deixar envergonhado muito poeta concretista”. 

 "Il n`y a indispensable
  que les choses inutiles"     
                            Francis Picabia  

(O palínromo, consoante o jornalista Sebastião Nery, prefaciador do TUCANO NA CUT  "...sempre foi usado para, atrás de palavras e construções verbais exóticas, transmitir dissimuladas mensagens, algumas até hoje indecifradas")..

 Comecemos pela tradução da frase escrita no idioma francês, em epígrafe, do pintor e poeta francês Francis Picabia"Nada mais indispensável do que as coisas inúteis". Se tu buscas neste Blog informação que possa garantir algum bem material para teu presente e teu futuro, esquece. O palíndromo, como a música, a poesia e outras criações lúdicas do homem, é totalmente inútil. Mas se procuras ideias e informações que melhorem tua cultura, fica por aqui, que este é um dos lugares certos da Internet, e teus desejos serão satisfeitos. Então vamos, primeiro, saber do que se trata.

            Origem da palavra: este vocábulo foi inventado pelo inglês Benjamin “Bem” Jonson, poeta, dramaturgo, ator, expoente da liguistica - não poderia haver alguém mais indicado para a criação de um vocábulo do que um expert em linguistica - dedicadíssimo à fonética e classificação de verbos, que nasceu em Westminster (11/6/1572) e faleceu em Londres (6/8/1637). Mas é certo, também, que a palavra “palíndromo”, muito embora a nacionalidade do seu criador, teve como origem a junção de dois vocábulos pertencentes ao idioma helênico: “palin” (“outra vez” ou “que corre de novo” ou “que volta sobre os seus passos”, cuja origem  se encontra no sânscrito  pali, que significa “na mesma linha”)  e “drom” (corrida). 

             Definição: PALÍNDROMO É A PALAVRA, FRASE OU NÚMERO QUE, LIDOS DA ESQUERDA PARA A DIREITA OU VICE-VERSA, SÃO LITERALMENTE IGUAIS. ET. que fique claro, assim - não obstante uns poucos, fugindo desta elementar e universal regra, pensem ao contrátio - só são palíndromos frases ou períodos com essa característica, ou seja, leitura inversa literalmete igual. 

           Como prelecionou o saudoso Millôr Fernandes, um dos gênios da raça, em crônica publicada no Jornal do Brasil, “Palíndromo é uma arte neurótica e maravilhosa capaz de deixar envergonhado muito poeta concretista”. Logo depois ele ainda acrescenta: “só na linguagem há um número infinito de formas, formulas e descobertas de extraordinário interesse.“

      Malba Tahan, em sua espetacular obra “Matemática Recreativa”, no capítulo sob o título A Palindromia e Seus Segredos”após afirmar que cumpre ao bom professor conhecer todas as recreações intelectuais que são de emprego freqüente em didática, nesse sentido dá ênfase  especial a essa arte:

                “Entre as recreações mais úteis e interessantes 
                que um bom professor pode apresentar na sala 
                de aulas, aos seus alunos, destaquemos,      
                em primeiro plano, a palindromia”.

     O escritor francês Claude Gagnière afirmava, com sabedoria: “para os que amam as palavras, o palíndromo representa uma espécie de felicidade em estado puro: é a frase espelho, a perfeição na simetria, ou a serpente que morde a própria cauda, o ingresso no círculo mágico dos vocábulos que não têm fim”. 

                            
                            No dizer de Sebastião Nery, meu prefaciador
                            (Um Poema à Palavra), 
              “A palindromia é um misterioso mosteiro,  
              antigo de séculos, mas literário, etimológico, 
              poético, sem veneno e sem mortes, embora 
              cercado de superstições e esotéricos ocultismos. 
              Sempre foi usada para, atrás de palavras e construções 
              verbais exóticas, transmitir dissimuladas mensagens, 
              algumas até hoje indecifradas.”

        Agora digo eu: o palíndromo é uma das formas mais sofisticadas, curiosas e divertidas que o homem inventou para expressar, graficamente, uma idéia e brincar com as palavras. A palindromia é uma arte resultante da escrita, solitária, silenciosa e intraduzível. Perde seu encanto  com a oralidade. A agradável surpresa de quem o lê é constatar que, na leitura vice-verss, a frase ou período são literalmente iguais e, de quem o cria, a maravilhosa aventura que vive com as palavras até a sua conclusão. 

                Oportuno, ainda, ressaltar que, no palíndromo, espaço 
entre palavras, cedilhas, diacrítics e sinais gráficos de um modo geral, na leitura ao contrário, poderão mudar de posição conforme a exigência do texto. Na mesma hipótese, letras isoladas poderão ser incorporadas a palavras e estas podem ser divididas em dois ou mais vocábulos e/ou letras.  

               Exemplo de palíndromo: 
               
              A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA.

       Em outros idiomas a palavra palíndromo tem as seguintes denominações: 
                          
                           espanhol: palíndromo ou Capicua; 
                           francês e inglês: palindrome;
                           italiano: palindròmo ou bifrònte;
                           alemão: palindrom;
                           latim: versus cancrinus, carcinoi, versus  anacyclici 
                           e versus echoici.

            Em português também é conhecido como capicua (principalmente quando se trata de palíndromo numérico), verso palíndromo, verso anacíclico, versos cancrinos, verso palindrômico e inscrição circular.

                      Observação importante: antigamente filólogos discutiam se o termo palíndromo seria substantivo ou adjetivo. Durante séculos os nossos dicionaristas usaram também o próprio substantivo "palíndromo" como adjetivo. Mas, hoje, o Vocabulário Ortográfico da Língua portuguesa, da ABL, apresentado pelo saudoso Austregésilo de Athayde, já consagrou o adjetivo "palindrômico", de origem anglicana "palindrômic", para designar palavra e frase com essa característica: "palavra palindrômica, frase palindrômica ou verso palindrômico. Assim ficou definitivamente estabelecido, penso, que o termo "palíndromo", só deve ser usado quando estiver se referindo ao próprio substantivo. 

===============================


19/07/14 - No decorrer desta semana não fui capaz de fazer um palíndromo de qualidade. Ainda vivendo a ressaca da Copa do Mundo, faltou-me inspiração. Resolvi, então, apelar para o passado e republicar um que fiz há muitos anos, inspirado nos poemas de Safo, famosa poetisa nascida na ilha de Lesbos, grega como o nosso imortal patrono Sotádes da Maroneia. Lesbos é uma ilha da Grécia, que deu origem ao termo "lésbica", derivado da interpretação dos poemas de Safo, cuja poesia tinha grande conteúdo emocional dirigido a outras mulheres. Graças a tal associação, Lesbos e especialmente a cidade de Eresos, terra de nascimento de Safo, são visitadas freqüentemente por turistas lésbicas.

PALÍNDROMO DO AMOR EM LESBOS.

REVIVER É VIVER:
A DIVA, A VIVA,
A LEDA DOMA,
ADIA A DAMA
AMOR AO VIVO,
O VIVO AROMA.
AMADA AIDA,
À MODA DELA,
AVIVA A VIDA.
REVI, VER É VIVER. 

O QUE É PALÍNDROMO???

No dizer de Millôr Fernandes, “Palíndromo é uma arte neurótica e maravilhosa capaz de deixar envergonhado muito poeta concretista”. 

 "Il n`y a indispensable
  que les choses inutiles"     
                            Francis Picabia  

(O palínromo, consoante o jornalista Sebastião Nery, prefaciador do TUCANO NA CUT  "...sempre foi usado para, atrás de palavras e construções verbais exóticas, transmitir dissimuladas mensagens, algumas até hoje indecifradas")..

 Comecemos pela tradução da frase escrita no idioma francês, em epígrafe, do pintor e poeta francês Francis Picabia"Nada mais indispensável do que as coisas inúteis". Se tu buscas neste Blog informação que possa garantir algum bem material para teu presente e teu futuro, esquece. O palíndromo, como a música, a poesia e outras criações lúdicas do homem, é totalmente inútil. Mas se procuras ideias e informações que melhorem tua cultura, fica por aqui, que este é um dos lugares certos da Internet, e teus desejos serão satisfeitos. Então vamos, primeiro, saber do que se trata.

            Origem da palavra: este vocábulo foi inventado pelo inglês Benjamin “Bem” Jonson, poeta, dramaturgo, ator, expoente da liguistica - não poderia haver alguém mais indicado para a criação de um vocábulo do que um expert em linguistica - dedicadíssimo à fonética e classificação de verbos, que nasceu em Westminster (11/6/1572) e faleceu em Londres (6/8/1637). Mas é certo, também, que a palavra “palíndromo”, muito embora a nacionalidade do seu criador, teve como origem a junção de dois vocábulos pertencentes ao idioma helênico: “palin” (“outra vez” ou “que corre de novo” ou “que volta sobre os seus passos”, cuja origem  se encontra no sânscrito  pali, que significa “na mesma linha”)  e “drom” (corrida). 

             Definição: PALÍNDROMO É A PALAVRA, FRASE OU NÚMERO QUE, LIDOS DA ESQUERDA PARA A DIREITA OU VICE-VERSA, SÃO LITERALMENTE IGUAIS. ET. que fique claro, assim - não obstante uns poucos, fugindo desta elementar e universal regra, pensem ao contrátio - só são palíndromos frases ou períodos com essa característica, ou seja, leitura inversa literalmete igual. 

           Como prelecionou o saudoso Millôr Fernandes, um dos gênios da raça, em crônica publicada no Jornal do Brasil, “Palíndromo é uma arte neurótica e maravilhosa capaz de deixar envergonhado muito poeta concretista”. Logo depois ele ainda acrescenta: “só na linguagem há um número infinito de formas, formulas e descobertas de extraordinário interesse.“

      Malba Tahan, em sua espetacular obra “Matemática Recreativa”, no capítulo sob o título A Palindromia e Seus Segredos”após afirmar que cumpre ao bom professor conhecer todas as recreações intelectuais que são de emprego freqüente em didática, nesse sentido dá ênfase  especial a essa arte:

                “Entre as recreações mais úteis e interessantes 
                que um bom professor pode apresentar na sala 
                de aulas, aos seus alunos, destaquemos,      
                em primeiro plano, a palindromia”.

     O escritor francês Claude Gagnière afirmava, com sabedoria: “para os que amam as palavras, o palíndromo representa uma espécie de felicidade em estado puro: é a frase espelho, a perfeição na simetria, ou a serpente que morde a própria cauda, o ingresso no círculo mágico dos vocábulos que não têm fim”. 

                            
                            No dizer de Sebastião Nery, meu prefaciador
                            (Um Poema à Palavra), 
              “A palindromia é um misterioso mosteiro,  
              antigo de séculos, mas literário, etimológico, 
              poético, sem veneno e sem mortes, embora 
              cercado de superstições e esotéricos ocultismos. 
              Sempre foi usada para, atrás de palavras e construções 
              verbais exóticas, transmitir dissimuladas mensagens, 
              algumas até hoje indecifradas.”

        Agora digo eu: o palíndromo é uma das formas mais sofisticadas, curiosas e divertidas que o homem inventou para expressar, graficamente, uma idéia e brincar com as palavras. A palindromia é uma arte resultante da escrita, solitária, silenciosa e intraduzível. Perde seu encanto  com a oralidade. A agradável surpresa de quem o lê é constatar que, na leitura vice-verss, a frase ou período são literalmente iguais e, de quem o cria, a maravilhosa aventura que vive com as palavras até a sua conclusão. 

                Oportuno, ainda, ressaltar que, no palíndromo, espaço 
entre palavras, cedilhas, diacrítics e sinais gráficos de um modo geral, na leitura ao contrário, poderão mudar de posição conforme a exigência do texto. Na mesma hipótese, letras isoladas poderão ser incorporadas a palavras e estas podem ser divididas em dois ou mais vocábulos e/ou letras.  

               Exemplo de palíndromo: 
               
              A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA.

       Em outros idiomas a palavra palíndromo tem as seguintes denominações: 
                          
                           espanhol: palíndromo ou Capicua; 
                           francês e inglês: palindrome;
                           italiano: palindròmo ou bifrònte;
                           alemão: palindrom;
                           latim: versus cancrinus, carcinoi, versus  anacyclici 
                           e versus echoici.

            Em português também é conhecido como capicua (principalmente quando se trata de palíndromo numérico), verso palíndromo, verso anacíclico, versos cancrinos, verso palindrômico e inscrição circular.

                      Observação importante: antigamente filólogos discutiam se o termo palíndromo seria substantivo ou adjetivo. Durante séculos os nossos dicionaristas usaram também o próprio substantivo "palíndromo" como adjetivo. Mas, hoje, o Vocabulário Ortográfico da Língua portuguesa, da ABL, apresentado pelo saudoso Austregésilo de Athayde, já consagrou o adjetivo "palindrômico", de origem anglicana "palindrômic", para designar palavra e frase com essa característica: "palavra palindrômica, frase palindrômica ou verso palindrômico. Assim ficou definitivamente estabelecido, penso, que o termo "palíndromo", só deve ser usado quando estiver se referindo ao próprio substantivo. 

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19/07/14 - No decorrer desta semana não fui capaz de fazer um palíndromo de qualidade. Ainda vivendo a ressaca da Copa do Mundo, faltou-me inspiração. Resolvi, então, apelar para o passado e republicar um que fiz há muitos anos, inspirado nos poemas de Safo, famosa poetisa nascida na ilha de Lesbos, grega como o nosso imortal patrono Sotádes da Maroneia. Lesbos é uma ilha da Grécia, que deu origem ao termo "lésbica", derivado da interpretação dos poemas de Safo, cuja poesia tinha grande conteúdo emocional dirigido a outras mulheres. Graças a tal associação, Lesbos e especialmente a cidade de Eresos, terra de nascimento de Safo, são visitadas freqüentemente por turistas lésbicas.

PALÍNDROMO DO AMOR EM LESBOS.

REVIVER É VIVER:
A DIVA, A VIVA,
A LEDA DOMA,
ADIA A DAMA
AMOR AO VIVO,
O VIVO AROMA.
AMADA AIDA,
À MODA DELA,
AVIVA A VIDA.
REVI, VER É VIVER. 

--- O que é palíndromo.

No dizer de Millôr Fernandes, “Palíndromo é uma arte neurótica e maravilhosa capaz de deixar envergonhado muito poeta concretista”. 

 "Il n`y a indispensable
  que les choses inutiles"     
                            Francis Picabia  

(O palínromo, consoante o jornalista Sebastião Nery, prefaciador do TUCANO NA CUT  "...sempre foi usado para, atrás de palavras e construções verbais exóticas, transmitir dissimuladas mensagens, algumas até hoje indecifradas")..

 Comecemos pela tradução da frase escrita no idioma francês, em epígrafe, do pintor e poeta francês Francis Picabia"Nada mais indispensável do que as coisas inúteis". Se tu buscas neste Blog informação que possa garantir algum bem material para teu presente e teu futuro, esquece. O palíndromo, como a música, a poesia e outras criações lúdicas do homem, é totalmente inútil. Mas se procuras ideias e informações que melhorem tua cultura, fica por aqui, que este é um dos lugares certos da Internet, e teus desejos serão satisfeitos. Então vamos, primeiro, saber do que se trata.

            Origem da palavra: este vocábulo foi inventado pelo inglês Benjamin “Bem” Jonson, poeta, dramaturgo, ator, expoente da liguistica - não poderia haver alguém mais indicado para a criação de um vocábulo do que um expert em linguistica - dedicadíssimo à fonética e classificação de verbos, que nasceu em Westminster (11/6/1572) e faleceu em Londres (6/8/1637). Mas é certo, também, que a palavra “palíndromo”, muito embora a nacionalidade do seu criador, teve como origem a junção de dois vocábulos pertencentes ao idioma helênico: “palin” (“outra vez” ou “que corre de novo” ou “que volta sobre os seus passos”, cuja origem  se encontra no sânscrito  pali, que significa “na mesma linha”)  e “drom” (corrida). 

             Definição: PALÍNDROMO É A PALAVRA, FRASE OU NÚMERO QUE, LIDOS DA ESQUERDA PARA A DIREITA OU VICE-VERSA, SÃO LITERALMENTE IGUAIS. ET. que fique claro, assim - não obstante uns poucos, fugindo desta elementar e universal regra, pensem ao contrátio - só são palíndromos frases ou períodos com essa característica, ou seja, leitura inversa literalmete igual. 

           Como prelecionou o saudoso Millôr Fernandes, um dos gênios da raça, em crônica publicada no Jornal do Brasil, “Palíndromo é uma arte neurótica e maravilhosa capaz de deixar envergonhado muito poeta concretista”. Logo depois ele ainda acrescenta: “só na linguagem há um número infinito de formas, formulas e descobertas de extraordinário interesse.“

      Malba Tahan, em sua espetacular obra “Matemática Recreativa”, no capítulo sob o título A Palindromia e Seus Segredos”após afirmar que cumpre ao bom professor conhecer todas as recreações intelectuais que são de emprego freqüente em didática, nesse sentido dá ênfase  especial a essa arte:

                “Entre as recreações mais úteis e interessantes 
                que um bom professor pode apresentar na sala 
                de aulas, aos seus alunos, destaquemos,      
                em primeiro plano, a palindromia”.

     O escritor francês Claude Gagnière afirmava, com sabedoria: “para os que amam as palavras, o palíndromo representa uma espécie de felicidade em estado puro: é a frase espelho, a perfeição na simetria, ou a serpente que morde a própria cauda, o ingresso no círculo mágico dos vocábulos que não têm fim”. 

                            
                            No dizer de Sebastião Nery, meu prefaciador
                            (Um Poema à Palavra), 
              “A palindromia é um misterioso mosteiro,  
              antigo de séculos, mas literário, etimológico, 
              poético, sem veneno e sem mortes, embora 
              cercado de superstições e esotéricos ocultismos. 
              Sempre foi usada para, atrás de palavras e construções 
              verbais exóticas, transmitir dissimuladas mensagens, 
              algumas até hoje indecifradas.”

        Agora digo eu: o palíndromo é uma das formas mais sofisticadas, curiosas e divertidas que o homem inventou para expressar, graficamente, uma idéia e brincar com as palavras. A palindromia é uma arte resultante da escrita, solitária, silenciosa e intraduzível. Perde seu encanto  com a oralidade. A agradável surpresa de quem o lê é constatar que, na leitura vice-verss, a frase ou período são literalmente iguais e, de quem o cria, a maravilhosa aventura que vive com as palavras até a sua conclusão. 

                Oportuno, ainda, ressaltar que, no palíndromo, espaço 
entre palavras, cedilhas, diacrítics e sinais gráficos de um modo geral, na leitura ao contrário, poderão mudar de posição conforme a exigência do texto. Na mesma hipótese, letras isoladas poderão ser incorporadas a palavras e estas podem ser divididas em dois ou mais vocábulos e/ou letras.  

               Exemplo de palíndromo: 
               
              A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA.

       Em outros idiomas a palavra palíndromo tem as seguintes denominações: 
                          
                           espanhol: palíndromo ou Capicua; 
                           francês e inglês: palindrome;
                           italiano: palindròmo ou bifrònte;
                           alemão: palindrom;
                           latim: versus cancrinus, carcinoi, versus  anacyclici 
                           e versus echoici.

            Em português também é conhecido como capicua (principalmente quando se trata de palíndromo numérico), verso palíndromo, verso anacíclico, versos cancrinos, verso palindrômico e inscrição circular.

                      Observação importante: antigamente filólogos discutiam se o termo palíndromo seria substantivo ou adjetivo. Durante séculos os nossos dicionaristas usaram também o próprio substantivo "palíndromo" como adjetivo. Mas, hoje, o Vocabulário Ortográfico da Língua portuguesa, da ABL, apresentado pelo saudoso Austregésilo de Athayde, já consagrou o adjetivo "palindrômico", de origem anglicana "palindrômic", para designar palavra e frase com essa característica: "palavra palindrômica, frase palindrômica ou verso palindrômico. Assim ficou definitivamente estabelecido, penso, que o termo "palíndromo", só deve ser usado quando estiver se referindo ao próprio substantivo. 

===============================


19/07/14 - No decorrer desta semana não fui capaz de fazer um palíndromo de qualidade. Ainda vivendo a ressaca da Copa do Mundo, faltou-me inspiração. Resolvi, então, apelar para o passado e republicar um que fiz há muitos anos, inspirado nos poemas de Safo, famosa poetisa nascida na ilha de Lesbos, grega como o nosso imortal patrono Sotádes da Maroneia. Lesbos é uma ilha da Grécia, que deu origem ao termo "lésbica", derivado da interpretação dos poemas de Safo, cuja poesia tinha grande conteúdo emocional dirigido a outras mulheres. Graças a tal associação, Lesbos e especialmente a cidade de Eresos, terra de nascimento de Safo, são visitadas freqüentemente por turistas lésbicas.

PALÍNDROMO DO AMOR EM LESBOS.

REVIVER É VIVER:
A DIVA, A VIVA,
A LEDA DOMA,
ADIA A DAMA
AMOR AO VIVO,
O VIVO AROMA.
AMADA AIDA,
À MODA DELA,
AVIVA A VIDA.
REVI, VER É VIVER.